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08. sobre a grande magia e projetos
tentando encontrar caminhos!

Essa newsletter atrasou mais do que deveria, mas a minha cabeça segue um pouco bagunçada (além do normal) nos últimos tempos. Tanto que eu não tinha tema para esse texto! Sobre o que falar quando tá tudo abububle dentro da sua mente? Pois eis que uma amiga indicou um livro, eu li esse livro, e parece que uma luz se acendeu na minha cabeça. Hoje eu queria falar um pouquinho sobre a grande magia - e sobre projetos.
Mas o que é a grande magia? Você pode se perguntar.
Minha amiga pessoal best-seller mente brilhante em escrita criativa, Adrielli Almeida (que lançou uma novela recentemente, e eu falo sobre isso no fim dessa news!) me indicou a leitura de algumas obras sobre criação e trabalho com a escrita. Uma delas, em específico, ela descreveu como obrigatório na vida do escritor.
Que é a Grande Magia, de Elizabeth Gilbert. Eu comprei. E, realmente, todo escritor, aspirante a escritor, pessoa que pensa em criar, pessoa que trabalha com qualquer tipo de veia artística, deveria ler.
A Grande Magia é um compilado de textos da Elizabeth (autora de Comer, Amar, Rezar, caso você não conheça) sobre criação, criatividade e a vida criativa, num contexto geral.
Ela fala sobre o que significa viver com a criação de um jeito bastante único, e é absurdo o quanto entra na sua cabeça e fala especificamente com você (ainda que ela comente que, na verdade, ela escreveu Grande Magia para ela, para lidar com problemas e questões envolvendo criatividade!).
Eu não vou sair falando sobre o que está no livro porque a graça dele é justamente você ler e ter essa experiência de ficar falando com a autora quando ela não pode te ouvir. Tudo que a Elizabeth comentava sobre a escrita criativa, inspiração, criatividade, percalços e frustrações, eu me via exclamando “é mesmo!” e “porra, pode crer” e também “menina, não é que é verdade?”.
Grande Magia é sobre criatividade. E se você, assim como eu, tá sempre nessa montanha-russa de medos e hesitações e de sentir que não está no lugar certo com uma história, com certeza é uma leitura essencial.
Quando ela fala sobre inspiração, principalmente, eu me senti muito tocada. Ainda que a gente saiba que escrever na verdade tem a ver com estudo e preparação e levar a sério como um trabalho, também tem aquele toque sobrenatural que ninguém consegue explicar pra valer.
Como assim surgiu uma ideia na minha cabeça enquanto eu lavava louça? E essa ideia se desenvolveu em PALAVRAS que CONTAM UMA HISTÓRIA? Como assim eu me sento na frente do computador e escrevo capítulos e mais capítulos e construo toda uma saga de fantasia dando vida a um novo mundo, um sistema de magia inteiro, um apocalipse?

A Grande Magia, no fim das contas, é sobre o poder de criar. Que tá nas mãos de toda e qualquer pessoa que se disponha a dar ouvidos a uma ideia esquisita que surge do nada e se desenvolve em alguma coisa grandiosa.
E eu, que estava em crise nas últimas semanas (meses?), acabei encontrando um refúgio nesse livro. Um que pegou na minha mão, olhou no fundo dos meus olhos e falou “vai escrever, porra”. Só que de um jeito bem mais gentil, porque a Elizabeth é muito querida.
Agora que eu mencionei a grande magia, vou falar sobre projetos
Eu estava em crise. Sim, de novo. Minha vida criativa se desenvolve de duas maneiras: ou eu foco tanto em um projeto que me esqueço da vida, ou eu não saio do lugar com ele, não importa o quanto eu tente.
O famoso 8 ou 80.
Como eu comentei em outras news, terminei o livro que intitulo carinhosamente de “Bewitched” muito rápido. Muito rápido mesmo. Eu comecei ele no fim do ano passado, e terminei no começo desse ano. Para o meu padrão de escrita (e considerando que ele tem suas quase 350 páginas) é velocidade do Flash.
Depois dele, escrevi dois contos. Um deles foi escrito no mais absoluto surto. Surgiu de um dia para a noite na minha cabeça, eu comentei sobre ele com a minha agente (muito chique) e ela disse “vai fundo que a gente lança esse ano!”. Eu fui, escrevi em umas duas semanas, e pronto.
Aí fiquei naquele limbo de “e agora, Zé?”. A minha amiga poetisa filha de Laini Taylor, Adrielli, me pediu pra escrever um dos meus livros engavetados porque é uma história que ela queria muito ler. E eu disse “quer saber? Vou sim”. Só que eu não consigo escrever ele.
Essa é uma história que eu amo muito. Muito mesmo. Ela tem tudo que eu adoro, as personagens me são muito queridas, o livro está roteirizado e organizado, tem tudo definido sobre ele. E eu não consigo escrever.
Aí entra a Grande Magia de novo. Justamente um trechinho que a Elizabeth Gilbert fala sobre inspirações e projetos que não andam para a frente.
“Algumas ideias extremamente pacientes chegam a esperar durante anos, ou mesmo décadas, até conseguirem nossa atenção. […] Encontre outra coisa na qual possa trabalhar e ponha mãos à obra. Mantenha-se ocupado.”
Ler essas palavras - todo esse capítulo, na verdade, onde ela fala sobre ideias que esperam e ideias que se cansam de esperar e vão embora - me fez perceber que esse talvez não seja o momento dessa ideia em particular. E eu sei que ela não vai embora, porque eu pedi para não ir.
É a ideia perfeita para o momento errado, e às vezes é sobre perceber isso e seguir em frente. O livro ainda vai estar ali quando eu voltar para ele, mas não agora. Agora, ele não vai funcionar.
Como eu quero continuar trabalhando e mantendo minha mente ocupada com a escrita - porque senão a gente cai em outro limbo que é o “enferrujei, e agora?” - tô escrevendo uma novela despretensiosa que também surgiu do mais absoluto nada, inspirada em um jogo que eu estava explorando.
Quando terminar ela, tem um livro que está apitando na minha cabeça. Conversei com as minhas amigas, e a Bianca (que também é autora best-seller maghnífica e escreveu uma das maiores fofuras da literatura brasileira que é Alguém que te faz sorrir) sugeriu o que Grande Magia tinha me sugerido até então: escreve o que vai te divertir.
Tem um capítulo específico no livro que a autora fala sobre caça ao tesouro e a se deixar guiar pela curiosidade. Ela faz uma pergunta específica que foi o que causou o apito na minha cabeça:
Tem alguma coisa na qual você está interessada nesse momento, Liz?
Qualquer coisa?
Mesmo que seja só um pouquinho?
E tem! Tem uma coisa, uma temática, que está me animando muito nesse momento. Eu acho que vou me divertir à beça com essa ideia. Acredito que essa seja a ideia que esteja cutucando meu ombro mais insistentemente no momento. Pedindo, por favor, dá uma atenção aqui? E eu vou prestar atenção nela. Vou me dedicar a ela.
E a gente vê o que vai acontecer a partir daí!
Sobre a Bienal do Livro do RJ!
Eu não vou. Já começo avisando porque muita gente veio me perguntar, e infelizmente não vai estar rolando esse ano. Eu ia! Mas aí a Taylor Swift anunciou que faria shows aqui em Novembro e eu consegui um ingresso, então a Bienal acabou ficando pra 2024 mesmo.
Mas não significa que não vá ter eu em espírito por lá! Minha agente pessoal muito chique Karol vai estar andando pela Bienal no primeiro fim de semana, e ela vai estar com marcadores - meu e da minha lojinha! Não só meus, mas de todas as autoras dela também.
Se você encontrar com a Karol, é só pedir por marcador (e dá um abração nela por mim!!!).

Essa arte linda foi feita por Duca Baumgarten <3
Indicando coisas!

PARA LER: Beleza Monstruosa chegou na Amazon na semana passada e é uma das coisas mais lindas que eu já tive o prazer de ler. Misture Laini Taylor e O Mar sem Estrelas e aquela coisa de sentimentos que se misturam com poesia e fantasia e você tem essa novela. É uma história gentil e sensível e rouba seu coração tão rápido que te faz querer atravessar portas mágicas junto com as personagens. Eu tive o prazer de acompanhar a escrita dela e de betar essa novela (quase não teve nada pra betar porque era só surto e lágrimas) e é uma das melhores coisas que a Adrielli já escreveu (e dizer isso é uma grande exclamação porque tudo que essa garota escreve é de uma perfeição que arrasa corações). Então, por favor, vai ler BM!
PARA JOGAR: GRANDE JOGO, AINDA NÃO JOGUEI (vou jogar a partir de amanhã!!!!), mas já sei que vai sugar minha vida e existência. Baldur’s Gate 3 é um RPG baseado no sistema de D&D e é tudo o que eu pedi a deus para Dragon Age 4 (que talvez nunca exista) ser.
PARA ASSISTIR: A segunda temporada de The Bear chegou no Star+ e eu não falo o suficiente sobre o quanto essa série é brilhante e frenética e você PRECISA assistir!
Chegamos ao fim da newsletter que não deve ter feito muito sentido (de novo), mas que espero ter sido de ajuda pra alguém que também está passando por crises de escrita. Leia Grande Magia, abra o documento do seu projeto, e ESCREVA!
Beijos e até a próxima!