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09. sobre jogos e um conto novo
baldur's gate 3 mudou a química do meu cérebro

A newsletter demorou um pouco mais, mas chegou com novidade e com um surto fangirl! No texto de hoje, eu quero falar um pouquinho sobre como jogos eletrônicos e RPGs de mesa me ajudaram demais na criação do meu próximo lançamento. Ah, e também vou falar de Baldur’s Gate 3!
Começando com BG3 pra segurar a sua curiosidade com a questão do próximo lançamento, quero aqui redigir um grandioso MUITO OBRIGADA a Larian Studios por mudar a química do meu cérebro com o lançamento desse jogo.
Para quem não conhece, Baldur’s Gate 3 é um RPG eletrônico (baseado no sistema de RPG de mesa de Dungeons & Dragons). Foi lançado no começo do mês e, para você ter uma ideia de como o meu foco ficou total e absolutamente em cima desse jogo, eu tô com 157 horas de gameplay.
E não pretendo parar tão cedo!

A beleza de Baldur’s Gate 3 é a mesma de um livro. Ele é imersivo ao extremo. Sim, todos os jogos bons tendem a passar essa sensação, te colocam dentro da história e adicionam aquela camada “você está vivendo isso através da gameplay, então é tudo muito mais intenso”, mas BG3 fez isso com muito mais força.
Sabe quando você pega um livro muito bom, mas tão bom que te faz esquecer que está lendo? É a sensação que eu tenho toda vez que entro em BG3. Meu cérebro desliga, e eu só consigo pensar naquele mundo. O que é uma terapia por si só, como toda boa imersão fictícia.
A beleza de contar uma história está bastante conectada ao RPG. Ele é, como o nome diz, um roleplay game. Ou seja: você faz o jogo. A história foi começada, mas como ela vai se desenvolver depende unicamente de você (e, se está jogando em grupo, das boas ou péssimas decisões que se toma em grupo - geralmente são péssimas, o que torna tudo mais divertido).
Baldur’s Gate 3 (e RPGs de mesa no geral) me ajudam demais com a criatividade. Porque exigem que ela se exercite, mesmo quando eu não estou criando efetivamente. Jogar é criar, porque estou criando personagem, criando situações, criando batalhas, criando diálogos. Tudo dentro desse universo que já foi criado, mas que agora é meu, porque é o meu jogo sendo jogado.
Dá pra entender por que eu amei tanto BG3? A imersão, os personagens, os relacionamentos, a profundidade das histórias individuais e como elas se desenrolam, é tudo muito bem feito. Eu poderia ler um livro de mil páginas sobre cada NPC (não, eu não estou falando da galera do TikTok) desse jogo!
Inclusive, apresento a vocês as minhas três personagens (de muitas que ainda virão) das minhas jornadas.

A primeira delas foi a Madrigal, uma elfa barda - que é baseada na personagem que eu jogo em uma mesa de D&D! A segunda é a Artemisia, uma meia-elfa com a origem Impulso Sombrio (que é tenebrosa e te força a tomar decisões terríveis, mas você pode resistir pra ter um final heroico de quem superou o trauma e os horrores e se tornou uma pessoa melhor - eu fiz esse porque é o mais dramático).
E a que eu estou jogando atualmente, a Elenya - ela é uma drow paladina que enfrenta muito preconceito porque drows são mau vistos nesse mundo, são os “elfos das profundezas” e todo mundo odeia eles. Menos a Elenya, porque ela é um amorzinho.
Outro motivo pra eu ter amado tanto Baldur’s Gate é esse desgraçado aqui:

Eu olhei pra esse David Bowie vampiro e pensei: é isso, você vai arruinar a minha vida. Pensa no personagem mais sofrido e destruído e destroçado e acabado e psicologicamente mutilado que esconde tudo isso tentando ser charmoso e egoísta, e falhando terrivelmente. Pronto, te apresentei o Astarion.
Nem preciso dizer que foi pro romance dele que eu corri na primeira oportunidade, né? Principalmente com a Artemisia. O romance Astarion x Impulso Sombrio é uma das melhores coisas que eu já vivenciei, não tem livro que carregue o sofrimento e o amor que eles conseguiram colocar nesse plot.
E não é só ele, que fique bem claro! Eu não tô me preparando pra fazer mais personagens só pra jogar, é pra elas namorarem absolutamente todos os personagens que têm disponíveis pra namoro. Um date simulator medieval, como a gente gosta.
Mas enfim, é por essas e outras que BG3 e RPGs me ajudaram e me ajudam muito com a criação. Afundar em uma história e ficar obcecada por ela, por personagens, por universos, isso me ajuda a criar, porque eu quero fazer o mesmo. Quero criar uma história tão imersiva quanto. E o conto que vem aí nasceu justamente em um dia de jogo.
Minha personagem morreu e eu tive uma ideia
Não foi em um RPG de mesa, foi em Dark Souls 3. Mas o princípio é o mesmo: ela morreu por uma estupidez minha, e daí nasceu a ideia para um conto.
Eu comentei sobre esse conto com a minha agente, e ela disse “pô, interessante, quer escrever ele agora?” e falei “vambora”. Foi um dos contos que eu escrevi me divertindo à beça, ou seja: ele ficou pronto rapidinho.
Todo mundo que cria sabe como é maravilhosa a sensação de criar enquanto se diverte. A gente também tem que encarar responsabilidades e às vezes quer jogar o computador pro alto porque nada dá certo (eu escrevi Vigilantes e o Multiverso do Caos nessa energia de PÔ QUE INFERNO DE LIVRO QUE NADA FUNCIONA - fico feliz que todo mundo amou quando foi ler). Esse conto foi pura diversão.
Eu criei as personagens e o universo em um fim de semana. E, porque é um conto, é tudo muito menor e mais fácil.
A história dessa personagem mistura duas coisas que eu amo muito: universo medieval e jogos. Não vou falar abertamente sobre o que vocês vão encontrar nele, porque as revelações estão chegando nas próximas semanas. Mas estão chegando! Então já se preparem, porque tem conto novo muito próximo de ser lançado.
Enquanto ele não chega, deixo vocês com uma palhinha de um dos brindes:

Acreditem ou não: tem um personagem aí.
Essa arte foi feita pela @miliflaiart e é uma de 4, que fazem parte de um conjuntinho de coisas que vocês vão receber entre os brindes de lançamento! Por enquanto, é tudo que eu posso falar.
Indicando coisas
PARA LER: Eu comecei Fios de Sangue no fim de semana e tá sendo uma leitura tão gostosinha que não podia deixar de indicar, mesmo antes de terminar! Já li outras histórias da Luisa e ela tem uma narrativa maravilhosa de acompanhar, que flui tão bem que você mal vê as páginas passando. Essa aqui é uma releitura/inspiração no conto que deu origem à Rapunzel, but make it sáfico e com vampiras.
PARA JOGAR: Eu já indiquei BG3 na outra newsletter, então vou indicar um que eu ainda não joguei também! mas que tenho muita vontade e parece excelente. Cult of the Lamb é um jogo independente LINDO DE MORRER em que você controla esse carneiro e constrói um tipo de culto religioso satânico sobre ele. Muito divertido, né?!
Ainda não tenho data pra próxima newsletter, mas vai ser toda sobre o conto que vem aí! Com capa, sinopse, link pra compra e informações sobre os brindes (maravilhosos) e como conseguir os seus!
Beijos e até a próxima!