14. sobre arte e criação

quero falar sobre criatividade

Desde que terminei a leitura de Yumi and the Nightmare Painter, a história ficou martelando a minha cabeça. Foi uma trama tão apaixonada por arte e criação que me inspirou a falar sobre criatividade. A newsletter de hoje é pra falar sobre criação!

Neste texto, você encontra:

  • Um pouquinho sobre como funciona a criatividade, para mim

  • O que eu tenho feito com as palavras

  • A nova agência da qual eu faço parte!

  • Indicações

Yumi and the Nightmare Painter é um livro do Brandon Sanderson que conversa muito sobre arte. O que é arte, o que é criar, o que é criatividade, como ela funciona de maneiras tão distintas dentro de cada artista. E de como está tudo bem se deixar guiar pelo que funciona melhor pra você, independente de convenções e estética.

E eu li essa história no momento certo. Todo ano, bate aquela crise de identidade em que eu fico me perguntando se estou fazendo as coisas do jeito certo, se estou escolhendo que histórias contar da melhor maneira possível, etc.

Esse livro sacudiu meus ombros e falou que sim, eu estou! E que está tudo bem duvidar de vez em quando, todo mundo tem suas crises. O importante é não deixar que elas falem mais alto do que a criação.

Eu gosto muito de planejar o que vou escrever, e também gosto de deixar o caos me guiar (essa parte está escrita em tinta invisível para a minha agente). As histórias que eu mais me diverti contando foram as mais espontâneas no processo criativo. Ideias que surgiram de alguma musa me cutucando na hora certa e que resultaram em livros ou contos que muito me alegraram enquanto eu os escrevia.

Essa leitura, e tantas outras que fiz recentemente (como foi o caso de A Grande Magia) acabaram falando comigo nos momentos precisos. Nos que eu mais precisava. Porque, no fim das contas, quem entende melhor a cabeça de um escritor do que outro escritor?

Eu tenho seguido os meus roteiros e meus cronogramas de escrita, tenho colocado pelo menos 3 mil palavras por dia no documento de um projeto sobre o qual não posso falar a respeito, e tenho abraçado, mesmo nos momentos de crise, o quanto eu amo a minha criatividade.

Eu amo escrever. Eu amo criar. Eu amo olhar para as histórias que estão me esperando e dizer para elas que o momento delas vai chegar. Pode ser que alguns percalços atrapalhem o cronograma, que eu resolva passar outras ideias na frente delas, mas eu as amo e quero que o universo e elas saibam disso.

Essa newsletter é uma epifania? Sim. Eu tenho motivo para estar em epifania? De certo modo, sim. Claro. Eu estou escrevendo, e estou amando que estou fazendo isso continuamente. Sei que pode mudar a qualquer momento, mas vou tentar me agarrar ao que senti enquanto lia Yumi and the Nightmare Painter.

No livro, um dos personagens diz que a “a arte é sobre intenção”, assim como a magia também costuma ser. As Bruxas de Lugar Nenhum, que eu e a Bianca escrevemos juntas, abre com a frase “toda magia começa com uma intenção”. O livro da Samanta é sobre como a sua vontade é tão grande quanto qualquer feitiço. E por aí vai.

Criar é intencionar. Contar uma história é um desígnio, um querer. Dividir uma criação com outras pessoas é dividir uma parte de você, também (mesmo as partes mais sombrias e machucadas, porque às vezes a arte é a única maneira que a gente encontra de expressar esses sentimentos mais pesados).

Porque, afinal:

Tem uma certa insanidade que define artistas. A habilidade intencional de ignorar o que existe.

Yumi and the Nightmare Painter

O que eu tenho feito com as palavras

Muitas coisas! Eu e a Bianca terminamos de escrever As Bruxas de Lugar Nenhum 2, que encerra a duologia iniciada em Entrevéu. É uma história muito querida pra gente, que tá com a gente faz mais de quatro anos, e foi uma alegria e uma tristeza dizer adeus para as bruxinhas.

Mas foi um encerramento que a gente planejou e cuidou para ser digno da história que acompanha a Jô, a Maia, a Isabel e a Aurora.

Denise, quando vai ser publicado? Isso aí, a nossa agente que decide. Por enquanto, nós duas só queríamos avisar que terminou! E que, em breve, vocês vão conhecer o final dessa história.

Eu tô quase terminando a novela que era um romance sobre magia e pintura. Essa romantasia tinha se transformado em um romance, mas eu percebi que funcionava muito melhor no formato de novela. Ou seja: vou terminar antes do planejado! E mal posso esperar para dividir com vocês.

Junto com ela, eu comecei o meu próximo livro cuja temática é bem familiar e querida pra mim. Uma fantasia, obviamente, que pode ou não ter um dragão falante em algum momento dela. Livro único, com protagonistas lésbicas em uma aventura impossível.

Também tô trabalhando em um projeto sobre o qual não posso falar um piu. Só saibam que eu estou trabalhando muito nele!

Em resumo, estou trabalhando! Minha média de palavras escritas por dia está em 3 a 4 mil, nessa brincadeira. Meus pulsos nunca estiveram tão doloridos! Ou seja: só vitórias!

A nova agência da qual eu faço parte!

Minha agente e maior do mundo, Karoline Melo, abriu uma agência. A Moneta é um espaço que foca em romance de todos os tipos, do fantástico ao juvenil ao horror ao gótico, etc. E é a minha nova casa!

De novo, eu fico honrada e feliz demais de ter a Karol pra guiar meus trabalhos e minha carreira. Ela é brilhante, cheia de cuidado e amor, e realmente abraça tudo o que a gente tem a oferecer. Karol, eu te amo, o mundo é todo seu!

Aproveitem e sigam a Moneta no Twitter e no Instagram para acompanhar todas as conquistas dessa maravilhosa!

Indicações

PARA LER: Esquisitona (Sarah Andersen). Eu li esse quadrinho numa sentada e foi uma das coisas mais divertidas do momento. Já tinha lido coisas da Sarah antes, e ela tem um humor tão pontual e tão bem encaixado que é impossível não gargalhar com tudo. Esse quadrinho é a definição de “nenhuma experiência é individual”.

PARA ASSISTIR: The Blackening entrou no Prime Video e eu não consigo expressar o quanto eu me acabei de rir com esse filme. Ele é satírico e afiado e coloca protagonistas negros para sobreviver a um assassino mascarado racista (com muito espaço para fazer críticas à indústria racista e aos estereótipos de raça que aparecem nesse tipo de história). É bom DEMAIS.

PARA JOGAR: Seguindo a linha do último indicado, eu joguei Man of Medan (que é o primeiro jogo da antologia The Dark Pictures) com uns amigos e foi muito divertido. A história explora um “navio fantasma” e tem um twist muito interessante. Ah, e é um jogo de escolhas. Você decide pra onde ele vai, e quem vai ficar vivo.

Não sei sobre o que vai ser a próxima newsletter, mas estou pensando em falar um pouquinho sobre gêneros literários que já explorei e o que ainda quero explorar!

Nos vemos em breve. Até lá, beijos!